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Cruz Machado - PR | 1958​

16. Faroeste do Paraná


22,5 x 30,5 cm |  Litografia aquarelada à mão 
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Dizemos... o Brasil... e imaginamos impenetráveis florestas tropicais, praias de areia lisa rodeadas de coqueiros, plantações onde as canas de açúcar erguem-se como enormes juncos; e evocamos as planícies pantanosas enfeitadas com o tenro verde das bananeiras, as fazendas com cafezais alinhados a perder de vista, pensamos nas grandes extensões gramadas no sul onde pastam inumeráveis rebanhos. 

Mas o Brasil também é essa paisagem que poderia ser européia, uma depressão circulada por velhas montanhas gastas e com formas arredondadas, um pequeno vale arborizado, um riacho de águas claras onde podemos pescar lagostim. 

É nesse quadro bucólico que eu tentei montar um beneficiamento de linho, só Deus sabe por que. Passei alguns belos anos nesse verdejante faroeste, povoado quase que unicamente por colonos poloneses e ucranianos. De vez em quando eu voltava para o mundo, mergulhando de novo no barulho e na fumaça das cidades... 

Os feixes de palha macerada secam no campo e deve ser onze horas, pois minhas operárias vão indo almoçar. Algumas delas eram bem bonitas.