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Manaus - AM | 1962

34. Os igarapés do Rio Negro


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24,3 x 29,1 cm  |  Serigrafia aquarelada à mão  
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Não contente em acuar Manaus para dentro da floresta amazônica, o Rio Negro introduz seus igarapés¹ no próprio coração da cidade. Suas águas sombrias estendem-se às vezes entre ribanceiras de encostas verdejantes, às vezes se insinuam, quais ruelas aquáticas, por entre velhos muros. O igarapé São José penetra profundamente num anfiteatro de vegetação luxuriante: bananeiras, jaqueiras, mangueiras, cajueiros dominados pela cabeleira ondulante das palmeiras.

Mas, justa retribuição, já que o rio invade a cidade, os homens constroem sobre as águas, e em toda a parte, encarapitados sobre pilotis ou flutuantes sobre troncos de balsa, humildes choupanas de barro cobertas de folhas de palmeiras, pequenas casas de madeira interligadas às vezes por verdadeiras ruas flutuantes, formam uma cidade lacustre do mais extraordinário aspecto. O próprio mercado flutua sobre a margem do rio, e ao largo, postos de gasolina e de óleo diesel, docas e cais do porto flutuam também sobre a água azeitonada do bem denominado Rio Negro.
1. Pequeno rio ou canal, “caminho de canoa” na língua indígena tupi.